Sem poesia, a vida seria a morte.


terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Vagalumes



Uma luz que vaga na mente
perdida sua noite iluminada
pelos vagalumes da minha solidão acordada.
Fecho os olhos vagamente,
contemplo o templo onde vagam luzes.


Entre as sombras, as palavras, entre as linhas,
Mando notícias de mim ao meu coração exilado.


sábado, 28 de janeiro de 2012

Um dia você descobre que não precisa mais procurar Deus.
Um dia desses você acorda, olha em volta, e descobre que está dentro de Deus.

CQ

sábado, 21 de janeiro de 2012

Sob certo ponto de vista, o mundo parece ser chato. 
De outro ângulo é até possível que seja redondo, mas desce quadrado de vez em quando. 
E assim mesmo, gira. 
Rápido. 


Tempo livre de relógio num sábado molhado que desacelera em paz, 
esperando com as mãos sobre o peito, 
o domingo que desce do céu. CQ

domingo, 15 de janeiro de 2012


Numa tarde de sol,
depois da chuva que picotou a areia,
caminho mansa sobre as fivelinhas das ondas que beijam a praia.
Ando de chuva e amo.
Amo viver de sol só para descobrir se vivo.

Sol e chuva, com gosto de mar, eu gosto.
Gosto assim de você, como quem gosta do mar.


CQ

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Pensamentos cardíacos..

Por Carlos Drummond de Andrade

AMOR E SEU TEMPO

Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.

É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe

valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.

Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O dia passa da metade e o sol nem se importa se a realidade merece ou não ser interessante. 


O melhor dos dias extraordinários é o que acontece nas ordinárias horas que se passam dentro deles.


CQ
Enquanto deslizo meus dedos a procura das letras para meus versos,
meus poemas te acariciam e sinto o doce arrepio da tua pele no meu toque.

São as palavras do teu silêncio que me abraçam.

CQ