Sem poesia, a vida seria a morte.


domingo, 13 de fevereiro de 2011

Ao pé da letra



Estou com meus pés nas letras

e por elas caminho cuidadosa

nelas me perco e

por elas me encontro


e os (meus) pés sobre as letras

tão brancos e delicados,
trazem meu caminho num papel transparente de seda e
por eles
me ofereço leve, a caminhar com tato

decifrando cegos
essa nova terra, um novo relevo

Aos pés da letra
me deito de um outro jeito

e te adormeço envolto nos braços
pedindo para as tuas palavras

alguma verdade

que me decifre, traduza-te
nesse novo ar, brisa, sem sons,

quietude

Aos pés da letra
me enudeço corajosa
E hoje sinto (de) mais
tanta sede dessa água que me toma

a alma faminta de você

Aos pés da letra,
fecho meus olhos e aprecio

num sorriso, rio
da minha doce e macia
escuridão e
no teu fogo sem luz

me aquece

Aos pés da letra
me acredito
ajoelho-te
e rezo-nos:

que (por amor) as minhas letras te salvem
e me atravesse a nós nesse encontro
e (por amor),

salve-me.


CQ




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